segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Deputada do Partido Verde Alemão vem ao Brasil para saber detalhes e efeitos socioambientais do programa nuclear brasileiro  

Ute Koczy, 49, deputada do Partido Verde Alemão no Bundestag (Parlamento Nacional) e porta-voz do partido para assuntos relacionados à política de desenvolvimento, visitará o Brasil em viagem oficial, de 22 a 29 de agosto. No centro da sua viagem está o programa nuclear nacional e o suporte financeiro alemão para a construção da usina de Angra 3. A viagem levará a deputada ainda a Brasília e a Caetité no sertão baiano, região da mina de urânio.

A vinda ao Brasil é motivada pela preocupação com o que a deputada chama de “sérios problemas com relação à Angra 3”. Para ela, questões cruciais sobre a segurança do projeto não foram respondidas, além de permanecer em aberto a definição sobre o local de armazenamento dos resíduos tóxicos. Para completar, assustam os altíssimos custos que envolvem o programa nuclear brasileiro e em especial a construção da usina.

“Alguns governos e corporações transnacionais acreditam no chamado renascimento nuclear. Nós do Partido Verde acreditamos que este é o caminho errado a ser traçado. Energia atômica envolve riscos muito altos: nenhum país encontrou até hoje uma solução definitiva para seu lixo, que continua a emitir radioatividade por milhares de anos. Energia nuclear é também uma energia cara, que requer altos investimentos e enormes quantidades de água, além de precisar ser transportada por longas distâncias.”

Na opinião da deputada, diante deste cenário, fica a dúvida se realmente a cooperação alemã no projeto deveria ser providenciada. “Para a Alemanha é uma contradição interromper a produção de energia atômica em seu território, por um lado, e, por outro, cooperar com a construção de uma usina nuclear em Angra dos Reis.”

Para esclarecer alguns desses problemas, Ute Koczy irá encontrar-se com representantes de organizações da sociedade civil e do governo, além de visitar Angra 3 e a cidade de Caetité, na Bahia, local onde há uma mina de urânio com recentes denúncias de irregularidades. “O urânio não é um mineral como os outros. Tem radiação perigosa. A mineração de urânio apresenta mais riscos do que soluciona. Melhor deixá-lo no solo”, declara.

Em seu trabalho no parlamento, a deputada está especialmente envolvida com políticas públicas relacionadas à exploração de recursos naturais, principalmente voltada para a produção de energia, e seus impactos sociais e para o meio ambiente nos países do Sul. Na opinião de Ute Koczy, a produção de energia deve cada vez mais se distanciar da exploração do petróleo e do poder atômico e focar nas fontes renováveis. “O futuro pertence às energias renováveis. São seguras, relativamente mais baratas e não agridem o meio ambiente. Ampliar o uso de energias renováveis é uma grande oportunidade econômica, mesmo em áreas mais remotas.”

A deputada chega ao Brasil no domingo, dia 22 de agosto, e volta para a Alemanha no domingo, 29. Para marcar uma entrevista e saber mais detalhes sobre a visita ao Brasil, entrar em contato com Sabrina Petry por email ( sabrinapetry@boell.org.br ) ou pelo telefone (21) 3221-9929.”


Em Caetité
Dia 26 de agosto (próxima quinta-feira) estão previstas as seguintes atividades:
14h - Reunião com o PV regional, no Hotel Porto do Sol.
15:30 h - Saída para Maniaçú, onde haverá encontro com comunidades do entorno da mineradora.
18 h - Encontro na UNEB/Caetité, com a sociedade de Caetité.

Em Salvador
Atividades previstas:

Dia 27 de agosto, 18h
Encontro com ambientalistas na Escola Superior de Advocacia ESAD/OAB-Ba
Rua do Carro, 136 – Centro de Cultura João Mangabeira - Campo da Pólvora
Telefones: (71) 3322-0579 3322-3765 (fax)
Dia 28, 8:30 h
Coletiva de Imprensa, no Hotel Portobello.

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